Taxas de juros e os spreads seguem em patamares historicamente baixos, segundo o Banco Central
Os índices de concessão de crédito pelos bancos em razão da pandemia alcançaram níveis históricos. Dados do Banco Central (BC) revelam que, entre março de 2020 e março de 2021, o sistema financeiro concedeu um total de R$ 4,5 trilhões em recursos para a economia, apresentando um volume médio de R$ 347,3 bilhões por mês – 6,3% superior ao volume médio concedido em 2019, ano sem crise.
Ao mesmo tempo em que foi registrado o aumento, em março passado, o estoque de crédito bancário atingiu o maior patamar já registrado: R$ 4,1 trilhões – uma expansão de 17,8% em relação ao estoque registrado em fevereiro de 2020 (R$ 3,5 trilhões), mês que antecedeu a crise sanitária. Ainda de acordo com o BC, a relação crédito/PIB passou de 46,7% (em fevereiro de 2020) para 54,4% (em março de 2021), também atingindo volume inédito.
O BC também informou que as taxas de juros e os spreads seguem em patamares historicamente baixos, consideravelmente inferiores aos níveis anteriores à pandemia. Entre março de 2020 e março de 2021, o custo do crédito mostrou seguidos recuos mensais, com algumas linhas atingindo suas menores taxas históricas, mesmo diante do aumento do risco nas operações de crédito, expectativa de aumento da inadimplência, com consequente e forte elevação das provisões, e expressivo crescimento no saldo das operações de crédito.
A taxa média de juros do Sistema Financeiro Nacional recuou de 23% ao ano em fevereiro de 2020 para 20% em março. Em setembro de 2020, atingiu sua mínima histórica de 18,1%. O spread bancário caiu de 18,5 pp para os atuais 15,1 pp. O financiamento imobiliário, por exemplo, apresenta taxas de juros na mínima, o que tem estimulado as contratações, levando a linha para seu saldo recorde.
Exemplo disso foram os resultados apresentado pela CAIXA recentemente. Em meio à pandemia, a estatal mais que dobrou a concessão de crédito imobiliário. De acordo com o banco, até março de 2021, a instituição atingiu um volume de concessão de crédito imobiliário de R$ 28,9 bilhões, crescimento de 35,7% em relação ao primeiro trimestre de 2020. A CAIXA celebrou 134,8 mil novos contratos, beneficiando mais de 485 mil brasileiros em 2021.
Crédito consignado com carência de até 120 dias
Segundo informações da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os bancos brasileiros oferecerão mais crédito consignado aos clientes, além de carência de até quatro meses para novos e antigos empréstimos. Conforme explicou o presidente da Federação Isaac Sidney, as instituições financeiras filiadas passaram por um processo de adaptações internas para atender ao disposto na Lei 14.131, que aumenta a margem de 30% para 35% para os empréstimos consignados e permite carência de até 120 dias.
O crédito consignado possui uma carteira de R$ 446,7 bilhões, de acordo com dados de fevereiro do Banco Central, sendo que a grande maioria desta carteira está concentrada em operações de aposentados e pensionistas do INSS e junto aos servidores públicos. Esta carteira, além de apresentar crescimento constante, tem demonstrado consistente queda nas taxas praticadas junto aos clientes.
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