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Presidente da Comissão da Funcef comenta política de investimentos da Fundação

Para Fábio Rangel é preciso ter uma visão diferente para a política de investimentos no futuro

A Fundação dos Economiários Federais (Funcef) tem aumentado os recursos investidos em renda fixa sob a justificativa de ser uma aplicação de baixo risco. Porém, a política de investimentos adotada pelo fundo de pensão tem deixado os participantes dos planos receosos.

A crítica feita em torno do assunto é que a medida contraria as boas práticas de mercado sobre diversificação de investimentos.

Na avaliação do presidente da Comissão da Funcef, Fábio Rangel, a concentração em renda fixa ocorre para evitar tombos. Segundo ele, mais de 90% do déficit financeiro da parte de investimentos foi proveniente das aplicações em renda variável.

Para o presidente da comissão, o critério de privilegiar esse tipo de investimento, sobretudo no tesouro direto, foi o que deu liquidez para a Funcef honrar os compromissos.

Mesmo assim, Rangel acredita que é preciso ter uma visão diferente para a política de investimentos no futuro, especialmente pela queda da taxa de juros.

“Nós estamos vendo um cenário em que a Selic está cada vez menor. Hoje é 6,5, vai cair para 6 e depois para 5,5. A inflação cai todos os dias e a Funcef continua com sua meta atuarial de 4,5%, ou seja, ela tem que ter uma rentabilidade anual superior à correção monetária e isso é muito difícil”, analisou Fábio Rangel.

Caso a Fundação não consiga se manter dentro da meta, terá que se voltar para a renda variável, que, apesar de ter uma boa rentabilidade, também tem maiores riscos de prejuízo.

Déficit

A Funcef é um fundo de pensão complementar fechado. Atualmente, a entidade tem quatro planos: REG/Replan Saldado, REG/Replan Não Saldado, REB e o Novo Plano, único que ainda permite novas adesões.

O presidente da Comissão da Funcef conta que os planos com maiores índices de déficit são o REG/Replan Saldado e Não Saldado. Além disso, explica que o problema não é causado apenas pelo risco do mercado.

“Como nós sabemos por meio das notícias, o déficit também é proveniente de fraudes, má gestão e gestão temerária, como apontado na Operação Greenfield. A responsabilidade para repor esses débitos não é só da patrocinadora CAIXA, mas também dos participantes dos planos, o que gera uma insatisfação muito grande”, comentou.

Até novembro de 2018, os planos registram redução de R$ 1,6 bilhão no deficit. Assim, o acumulado de dezembro de 2017, R$ 6,5 bilhões, caiu para R$ 4,9 bilhões no penúltimo mês do ano, uma redução de 24%.